“Um bom empresário precisa saber inovar. Precisa enxergar o mercado de forma antecipada para conseguir driblar a concorrência e sair na frente em segmentos sempre muito competitivos”.
Foi o que José Olímpio Neto fez logo que optou pela carreira empresarial, em 1970. Nesse ano, ele se tornou sócio da empresa São Carlos Esquadrias Metálicas. A sociedade surgiu depois de um trabalho em parceria com Carlos Francisco Castilho, feito na casa de um senador. O início não foi dificil. O País vivia sob o regime militar e, nesse período, na opinião de José Olímpio, o Brasil teve oportunidade de crescer e de se desenvolver em todos os sentidos. Brasília firmava-se como capital da República e as obras não paravam.
Em 1975, José Olímpio e Carlos desfizeram a sociedade, mas José Olímpio decidiu continuar no ramo.
“Eu gostava do que estava fazendo e, como eu não queria ser servidor público nem empregado, decidi ir em frente.”
Com a experiência na primeira empresa, José Olímpio sentiu-se seguro para se manter na vida empresarial. Um ano depois, abriu outra empresa, a Esfera Construções Metálicas, que ganhou esse nome porque José Olímpio queria uma marca que transmitisse a ideia de movimento contínuo. O foco continuou sendo a fabricação de esquadrias metálicas.
O mercado estava aquecido, a demanda era grande, mas José Olímpio queria se destacar entre os concorrentes. Foi quando soube que a Companhia Energética de Brasília (CEB) mudaria o padrão das caixas de energia das construções da cidade.
Até então, cada construtora instalava a caixa que achava mais adequa da. Era possível encontrar nos prédios inúmeros mo-delos, tamanhos e formatos das caixas que abrigam os medidores de consumo energético. “Enquanto a CEB elaborava o projeto, a gente acompanhava o processo; chegamos a fazer a caixa antes mesmo de as normas serem divulgadas”, revela.
Como nenhuma outra empresa se preocupou imediatamente com as mudanças, a Esfera conquistou o mercado e foi a única a comercializar as peças durante os três anos seguintes. O faturamento cresceu cerca de 600% em seis anos. O domínio do mercado estava consolidado. Mesmo com a entrada de outras empresas na concorrência, a Esfera ainda é líder de vendas.
Quando percebeu que a concorrência estava alcançando as vendas da Esfera, José Olímpio viu que precisava investir em alguma novidade para o mercado de Brasília.
Ao estudá-lo, constatou que os consumidores brasilienses precisavam comprar em São Paulo ou em outros estados os acessórios para móveis e divisórias, como pé de sofá e encaixe de divisórias. Foi quando ampliou a atuação da Esfera e passou a produzir esse material no DF “Temos de estar sempre um passo à frente quando o assunto é inovar; o empresário tem de ficar de olho no mercado e nos concorrentes para não ficar para trás.”
Para José Olímpio, o fato de ter começado a empreender em Brasília influenciou muito o andamento das empresas que abriu. “Brasília é uma terra de oportunidades, aqui o investimento é sempre garantido”, acredita. A capacidade de consumo interno é infinita e ainda existem muitos nichos a ser explorados, na avaliação do empresário.
Com o crescimento da Esfera, o obstáculo passou a ser a falta de espaço físico. Desde que nasceu até 2000, a Esfera funcionava em três galpões distintos. Não eram longe um do outro, mas não estavam ligados fisicamente. “Isso comprometia muito a parte administrativa da empresa, dificultava o desenvolvimento de muita coisa”, afirma o proprietário. Somente em 2002 a Esfera conquistou um terreno próprio para a industrialização, por meio do Programa de Promoção do Desenvolvimento Econômico, Integrado e Sustentável do Distrito Federal (Pró-DF). “A vantagem foi comprar o terreno mais barato, mas ainda houve muitos obstáculos. Era preciso construir em apenas dois anos para não perder a área: concluir a obra em pouco tempo significou uma contenção de gastos na empresa.
Sem perder a característica que contribuiu para o sucesso, o empresário sempre pensa no futuro. Em 2000, formalizou parceria com empresas da Espanha para lançar quadros elétricos mais modernos e, em 2009, fez acordos técnicos para lançar um quadro elétrico para proteger a rede subterrânea.
A reboque da construção civil, outros setores da indústria foram surgindo timidamente. As empresas instalaram-se aos poucos. No primeiro momento empresários se interessaram pela capital em razão do boca-a-boca, da aposta em um novo polo de desenvolvimento.
Em 2017 passou a desenvolver outro produto de excelência: grades com alto padrão de durabilidade e adequacidade a todos os tipos de terrenos. Esse é o jeito José Olímpio de ser: Uma ESFERA, dinâmica e sempre em movimento!!!